Uma saudade à minha porta hoje bateu
Entrou, sorriu-me, sussurrou-me o seu desejo
Contou-me histórias, me abraçou, negou-me um beijo
Pediu-me abrigo, e se instalou no peito meu.
A solidão, que do meu mundo era senhora,
Brigou, zangou-se, e quis partir pra não voltar
Tanto agastada de que viera aqui morar
Minha saudade, companheira de outras horas.
Mas a saudade é bem melhor por companhia!
Contamos contos, uns de amor, outros de rir-nos
E a nossa história reescrevemos dia após dia
Quisera ter antes no peito esta saudade
Rememorar, sentir, amar, nos divertirmos
E nos brindarmos, corpos nus, felicidade…
* Lucas Carneiro, Poetinha, é escritor, poeta e cordelista. Pós-graduando em Linguística, é professor de Língua Portuguesa e de Língua Espanhola. Nascido em Boa Viagem, Ceará, escolheu como sua segunda casa a cidade de Araxá, hoje sua casa fora de casa. Apresenta acima um de seus sonetos, que estará no seu livro de SONETOS, a ser publicado em breve.
Este poema foi publicado na página LUCAS CARNEIRO POEMAS VELHOS E NOVOS – Poesia e Prosa, no Facebook, e alcançou, em pouco mais de uma semana, 376 visualizações. Sendo assim, acreditei nele para ser publicado nesta coluna. Dedicado a Luzia, é um poema semirromântico, nos moldes do soneto alexandrino, que é o soneto dodecassílabo, ou seja, tem doze sílabas poéticas em cada verso.